Joões são os outros

Não era a todo mundo que o baiano João Gilberto dava confiança.

Estava, certa vez, em casa com Astrud Gilberto, sua esposa, e um amigo portoalegrense, Alberto Fernandes, quando seu padrinho de casamento, Jorge Amado, telefonou-lhe.

Ninguém menos que Jean Paul Sartre e Simone de Beauvoir, em visita ao Brasil, estavam em sua casa no Rio de Janeiro. Não seria ótimo que João desse um pulinho até lá e levasse o violão?

"Está bem, Jorge. Eu já vou."
Sartre e De Beauvoir já morreram. Até hoje, João Gilberto não chegou.





Adaptado de Chega de Saudade, de Ruy Castro.

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