Sem mim

Para casa
Agora eu vou
Dormir.
Só quero
É fogo

Preto,

Mas não tem jeito
Se é assim
O que há de fazer?
Fogo?!
Não nego, nem cego
A faca
No pescoço
Tão longo
Tão fino,
Um mimo
Do mínimo
Esforço, seu moço.
Talvez saiba
Que o fim
Da navalha

É

A boca do fosso,
Mas...
Nem ouço.
Só quero poder
Mamar
Nas tetas magras
Da estreita avenida
Tão cheia,
Tão cheia,
Chega arrepia
A espinha.
No fundo,
Passeia
A triste poeira
Da última sílaba
Da última linha
Da minha poesia, que

Sem mim

Não vale é nada.

Um comentário: