Hoje não ouço ainda as vozes daquele tempo


Do vão da porta, a vozinha aguda bate asas,
Tchau, gente...”
Reacendida a cada eco de resposta – de adultos, tão ali, pequeninos;
Faz ganhar-te as ruas a repetir deliciada,
 “Tchau, gente!”

Aproveita, pretinha, enquanto podes segurar todos os teus anos em uma mão

No resto do dia, são emprestadas da paciência de agiota tuas palavras,
– e não do acaso a graça – és de precisão inabalável
Qual taxi é tácique, e macarrão é camarrão

Em quantas sobras de tardes mimadas ainda serás só cisma sobre mundos sãos,
Posto que, enquanto miúda, aguardas breve, nessa vida que te embala em mil.
Hoje sabes ser fogo, fogo; água, água. E, mais na frente, o que saberás ser?

Tchau, gente!”
Frases revoadas; o som bordado no sutil das coisas boas cambalhota cá no peito:
Vem subindo, desbravando a garganta – feito mariposa a debater-se no vidro

Escancara-se, então, em largos lábios... Em dentes vários, seguramente silenciosos
Assimetricamente distribuídos,
Ninado, enfim, na escuridão gostosa dos meus olhos cerrados,

– dos quais nem desconfias –

Mas completamente fechados
Como janelas postadas apenas para não deixar ir embora o menor sopro de alegria

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